sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Um jovem rico moderno

Meu primeiro contato com a mensagem adventista se deu por volta dos meus 15 anos de idade. Nesse período, eu cursava o ensino médio no Centro Interescolar de Segundo Grau Abílio Paulo (CIS), em Criciúma, SC. A professora de religião de então havia convidado um jovem chamado Michelson Borges para nos ministrar algumas aulas sobre a revelação do Apocalipse. Ao longo das aulas acabei descobrindo que o jovem Michelson morava próximo à minha casa. Sempre, no fim das aulas, pegávamos o ônibus de retorno juntos e ficávamos até altas horas da noite conversando sobre religião e a mensagem da salvação.

Confesso que a inteligência daquele jovem me impressionava. Todos os questionamentos que eu lhe fazia sobre religião, muitos até em tom provocativo, ele me respondia com paciência e muita convicção. O tempo nos tornou verdadeiros amigos – desses de um frequentar a casa do outro e tudo mais.

O tempo, a amizade, os estudos da Bíblia e de outros livros levaram-me a aceitar Jesus. Fui batizado nas águas. Tornei-me um adventista do sétimo dia. Foram realmente dias felizes em minha vida!

Passado algum tempo, o Michelson precisou se ausentar de Criciúma, já que ele cursava Jornalismo na Universidade Federal, em Florianópolis, capital do nosso Estado. Sua ausência, aos poucos, tornou-se definitiva, e o Michelson passou a frequentar uma igreja em Florianópolis e a morar nessa mesma cidade. Como eu tinha poucos amigos na igreja, e como o Michelson agora pouco vinha a Criciúma, comecei a sair com meus antigos “amigos”. E aí deu no que deu. Acabei me afastando da fé.

Já fora da igreja, me profissionalizei em contabilidade, também me formei em Direito e me pós-graduei em Processo Civil. Posteriormente, em 2005, abri juntamente com um sócio uma empresa na área de assessoria tributária. Obtive muito sucesso profissional. Atualmente, me dedico à profissão de contabilista, sou advogado e empresário. Tenho 32 anos, sou casado e tenho um filho.

Mas o que mais chama atenção em minha história é o plano que Deus tinha para mim. Sou obrigado a confessar que sempre fui uma pessoa muito ambiciosa. Sempre pensei em estudar para ganhar muito dinheiro. E, nesse aspecto, Deus foi muito generoso comigo. Coisas que jamais imaginei alcançar, mesmo em sonho, Deus me permitiu conseguir. Comprei carro importado dos mais modernos, terrenos em áreas nobres da cidade, cobertura duplex com piscina em bairro chique, frequentava festas sociais, Lions Club, e várias outras coisas com as quais muita gente sonharia.

Todavia, mesmo tendo conseguido tudo isso, eu não era feliz. Vivia triste, desolado. Alguma coisa me faltava. Tinha tudo, e ao mesmo tempo não tinha nada. Algumas vezes, inclusive, pensei até em fazer coisas piores que não convém aqui nem mencionar...

Sucesso profissional, bens materiais, juventude (apenas 32 anos de idade), uma linda esposa, um lindo filho, mas na verdade uma pessoa muito infeliz. Esse era o retrato de minha vida.

Um dia, em uma reunião com um cliente na empresa (o nome dele é Celézio Morona), ele me questionou acerca de minha fé. E eu, muito tristemente, lhe respondi que não tinha nenhuma. Que era infeliz. Incomodado, ele me perguntou: “Mas como, e tudo isso que tu tens?” Respondi-lhe que tudo não passava de ilusão!

Disse-lhe, então, que na minha juventude havia frequentado uma igreja, e que, naquela época, embora não tivesse nada de bens materiais, eu havia sido muito feliz! Qual não foi minha surpresa quando, com alegria, meu cliente me disse que ele era adventista; que havia recentemente abraçado a fé e sido convertido. Ficamos, então, conversando por um longo tempo sobre esse assunto.

Posteriormente, cada vez que esse meu cliente vinha à empresa, nós conversamos sobre religião. Um dia, meu cliente me perguntou se eu não gostaria de voltar a estudar as Escrituras. Se eu aceitaria fazer um estudo bíblico ministrado por um pastor chamado Arildo, segundo ele homem muito consagrado. Prontamente aceitei.

Logo ao fim do meu primeiro estudo bíblico (numa sexta-feira à tarde), o pastor Arildo me convidou para ir à igreja no outro dia, sábado. Quem iria pregar era um pastor de Curitiba, muito conhecido. A pregação iria ser na mesma igreja que eu havia frequentado quando jovem. Disse-lhe, então, que iria pensar.

No sábado pela manhã, acordei cedo, tomei coragem e fui ao culto. Chegando à igreja, meu coração disparou. Lembrei-me de todos os momentos felizes que havia passado ali naquele local. Mas a surpresa maior ainda estava por vir. Iniciado o culto, o tema do sermão foi sobre o jovem rico. Foi uma das pregações mais lindas que já ouvi em toda a minha vida. Deus estava falando comigo ali, naquele momento, disso eu tenha certeza! Chorei copiosamente o culto inteiro. Não tive vergonha!

Confesso, aquele sermão me abalou demais. Fiquei estupefato. Tive certeza de que Deus estava me chamando. Chegando em casa, entrei no quatro do meu filho, fechei a porta em secreto, e orei a Deus com todo o meu coração, como nunca antes!

Em profunda oração, questionei: “Meu Deus, se aquela mensagem sobre o jovem rico foi pra mim, se o Senhor falou comigo, se o Senhor está me chamando, por favor, me dê um sinal aqui e agora, estou com Tua Palavra sob minhas mãos; vou abrir a Bíblia e se Tu tens alguma coisa para me dizer, me diga.”

Por incrível que pareça, em lágrimas, ao abrir as Escrituras, deparei-me novamente com a parábola do jovem rico! Não tive dúvidas. Deus realmente estava me chamando! Tudo aquilo não podia ser coincidência!

Na semana seguinte, disse ao pastor Arildo que queria me batizar o mais rápido possível. Contei-lhe tudo que tinha acontecido e da certeza que tive de que Deus havia me falado! Batizei-me nas águas novamente no dia 21 de novembro. Encontrei novamente minha felicidade!

No dia do meu batismo, dei este mesmo testemunho ainda dentro do tanque batismal, e treze pessoas resolveram naquele momento aceitar a Jesus. Louvo a Deus por isso, e peço a oração de todos os irmãos para que nosso grande Deus continue a nos abençoar. Amém!

(Willian Peres Bittencourte)

Leia também: "Um filho que volta para casa"

(Criacionismo)

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