sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Aluna é hostilizada por usar roupa indecente na faculdade

[Meus comentários seguem entre parênteses] Hostilizada por colegas da Uniban (Universidade Bandeirante de São Paulo) por causa de um vestido curto, a estudante de turismo Geyse Arruda, 20, afirmou ontem [30/10] na TV que professores e funcionários também participaram do tumulto. “Os seguranças da faculdade, no começo, estavam rindo”, disse. “Como um aluno vai ter atitude decente se os próprios professores e funcionários apoiam [as hostilidades]?” Geyse deu entrevista de cerca de duas horas ao programa “Geraldo Brasil”, da Record, no dia em que deveria depor na sindicância interna aberta para apurar o caso. A universidade não se manifestou ontem.

No programa, Geyse chorou e relatou sua versão da noite em que teve de sair escoltada por PMs para se proteger de cerca de 700 alunos “descontrolados”. Ao fim da atração, trocou a blusa preta de manga comprida e o jeans que usava pelo vestido rosa-choque que causou a confusão. Antes, recusou três vezes o pedido do apresentador Geraldo Luís.

A jovem também assumiu parte da culpa pelo tumulto. “Posso ter errado por ter ido com o vestido. Mas o ato de vandalismo que fizeram comigo não se faz com ninguém.” Ela disse que volta ao curso na terça-feira, “não para afrontar ou causar polêmica”.

Quando o apresentador perguntou por que Geyse só usava esse tipo de roupa, ela respondeu: “Acho que um vestido em uma mulher é extremamente feminino. Minha roupa só diz respeito a mim, respeito todo mundo e quero ser respeitada.” [Aqui está o primeiro erro da moça: aquilo que fazemos em público e a roupa que usamos não diz respeito apenas a nós, mas transmite uma mensagem a nosso respeito e provoca reações em quem nos observa. Clique aqui para ver uma dessas reações.]

Ela foi comparada pelo apresentador a Maria Madalena. Rafael Bruno, 22, do curso de administração da Uniban, fez analogia similar. “Parecia uma igreja evangélica cheia de fanáticos. A hipocrisia era igual.” [Aqui, além da analogia equivocada – afinal, Maria Madalena abandonou seus erros por Jesus –, há um ataque gratuito a quem não tem nada a ver com o episódio: os evangélicos. Um erro não justifica outro, mas desviar o foco da atitude da moça para a reação exagerada da turba não ajuda a discutir o verdadeiro problema, que é a falta de decoro num ambiente público.]

Alunos do mesmo campus onde Geyse estuda concordam que a universidade não soube controlar o tumulto. Renato Di Giacomo, 23, estudante de logística, diz que a jovem deveria ter sido barrada na entrada por estar usando “trajes inapropriados”. [Enfim, uma opinião mais centrada.] (...)

Thaiza diz que Geyse não é a única a usar roupas “ousadas” na faculdade. “Sempre tem umas meninas de top. Eu mesma uso minissaia e vestido curto, então isso tudo é uma tremenda hipocrisia.” [Esta admite que os trajes são ousados, mas considera hipocrisia o fato de a reação ter sido apenas contra Geyse. Vai entender...]

(Folha Online)

Leia também: “Bom senso e aparência pessoal” e “Sobre a perda de dignidade de uma universitária”

(Criacionismo)

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