sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Por que Paulo foi tão rigoroso com os Gálatas?

Há um irmão que constantemente posta no blog comentários extensos, com capítulos bíblicos INTEIROS dirigidos aos adventistas. Um dos livros que ele mais cita é o de Gálatas para tentar mostrar que a lei foi “abolida” e que somos “legalistas”.

Na resposta a seguir espero que esse irmão entenda de verdade a teologia de Paulo sobre a graça e a Lei. E que pare de pensar numa graça barata, que não transforma o pecador.

Também deseo que ele aceite definitivamente que Paulo não foi contra a observância da Lei, pois ele mesmo guardava toda ela (Atos 25:8; Romanos 3:31; 7:22, etc). Ao escrever aos Gálatas o apóstolo estava é condenando um sistema de religião que coloca a lei no lugar de Jesus. Como ele bem disse: “Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela se utiliza de modo legítimo” 1 Timóteo 1:8.

Em breve postarei os comentários desse irmão. Ainda não o fiz porque pretendo postar as devidas respostas juntamente. Enquanto isso, peço que, com carinho, ele analise o contexto histórico da carta aos Gálatas para não relacionar os adventistas com eles.

Lembrei de uma coisa: A carta de Tiago parece não ter sido lida por esse internauta…

Vamos à análise da questão proposta no título:

Paulo foi firme com os Gálatas porque eles estavam negando a salvação pela fé em Jesus. Quando lemos o capítulo 3:1-4 da carta, percebemos que os irmãos daquela igreja estavam fazendo da Lei (os cinco livros de Moisés, com todas as instruções ao povo de Deus) o meio de Salvação no lugar de Cristo.:

Ó gálatas sem juízo! Quem foi que enfeitiçou vocês? Na minha pregação a vocês eu fiz uma descrição perfeita da morte de Jesus Cristo na cruz; por assim dizer, vocês viram Jesus na cruz. Respondam somente isto: vocês receberam o Espírito de Deus por terem feito o que a lei manda ou por terem ouvido a mensagem do evangelho e terem crido nela? Como é que vocês podem ter tão pouco juízo? Vocês começaram a sua vida cristã pelo poder do Espírito de Deus e agora querem ir até o fim pelas suas próprias forças? Será que as coisas pelas quais vocês passaram não serviram para nada? Não é possível!” (Nova Tradução Na Linguagem de Hoje – Grifos acrescentados).

Para afastar de vez essa ideia perigosa da igreja, Paulo mostra-lhes que o perdão (justificação) é apenas pela fé, graças ao sacrifício substitutivo realizado por Cristo na cruz.

A lei, na teologia bíblica (e de Paulo) não pode ser o meio de salvação de pecadores (Efésios 2:8, 9). Ela é sim o resultado de um coração transformado pela graça (ver Efésios 2:10). Afinal, quando nos tornamos novas criaturas (2 Coríntios 5:17) a Lei de Deus é escrita em nosso coração (Hebreus 8:10) para que vivamos em santo procedimento (2 Pedro 3:11) aguardando a volta gloriosa de Jesus a esse mundo (2 Pedro 3:10-13).

Por isso, a função da Lei não é salvar, mas, nos levar ao Salvador (por nos mostrar nossa condição pecaminosa – ler Romanos 3:20) e ser o resultado da transformação que o Espírito Santo produz no crente (Efésios 2:10) durante o processo de santificação (2 Tessalonicenses 2:13; 1 Pedro 1:2) – que é diária.

Também não deixa de ser uma evidência externa de nosso amor por Cristo: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos.” João 14:15.

Gostaria que os irmãos de todas as confissões religiosas comentassem esse post para, juntos, chegarmos a um consenso sobre a relação entre a graça e a Lei. As argumentações precisar ser apoiadas NA BÍBLIA. O que acham?

Ficarei no aguardo. Um grande abraço!

Leandro Quadros.


(Na Mira da Verdade)

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