[Meus breves comentários seguem entre colchetes.] Nos dias de hoje, um século e meio depois que Charles Darwin publicou On the Origin of Species by Means of Natural Selection [Sobre a Origem das Espécies por Meio de Seleção Natural], a maioria esmagadora dos cientistas americanos aceitou a evolução darwiniana como a base da compreensão do desenvolvimento da vida na Terra. Entretanto, embora a teoria evolucionista seja com frequência retratada como autêntica à religião, não destruiu a fé religiosa da comunidade científica. Conforme uma pesquisa dos membros da Associação Americana para o Avanço da Ciência, dirigida pelo Pew Research Center em maio e junho deste ano, a maioria dos cientistas (51%) diz crer em Deus ou em uma força suprema, enquanto 41% dizem não crer.
Além disso, os cientistas não são menos propensos a acreditar em Deus do que foram há cem anos, quando a comunidade científica foi a primeira a votar ness assunto. Em 1914, onze anos antes do “Julgamento do Macaco” e quatro décadas antes da descoberta da estrutura do DNA, o psicólogo James Leuba perguntou a mil cientistas americanos acerca da sua opinião sobre Deus. Ele descobriu que a comunidade científica estava igualmente dividida, com 42% dizendo que acreditavam em um Deus pessoal e o mesmo número dizendo que não criam. Os cientistas descobriram muitos fósseis importantes desde então, mas eles são, de fato, mais propensos a crer em Deus hoje.
A comunidade científica é, contudo, muito menos religiosa do que o público em geral. Nas pesquisas do Pew, 95% dos adultos americanos dizem que acreditam em alguma forma de divindade ou uma força suprema.
Também o público não compartilha a certeza que os cientistas têm acerca da evolução. Embora 87% dos cientistas digam que a vida evoluiu com o tempo, devido a processos naturais [e aqui há muita confusão, mesmo entre cientistas, com respeito à micro e à macroevolução], apenas 32% das pessoas acreditam que seja verdade, de acordo com uma pesquisa de opinião diferente do Pew, no ano passado.
Dado que os cientistas são muito menos propensos a acreditar em Deus como o público em geral, não é de se admirar que a porcentagem dos afiliados a uma religião particular também seja menor. Aproximadamente a metade dos cientistas americanos diz não ter afiliação religiosa – se descrevem como ateístas, agnósticos ou nada em particular – comparado com 17% de todos os americanos.
Entre os cientistas, há bem menos protestantes (21%) e católicos (10%) do que no público em geral, que é de 51% de protestantes e 24% de católicos. E embora os protestantes evangélicos constituam mais de um quarto da população em geral (28%), eles são apenas uma pequena porção (4%) da comunidade científica. Uma notável exceção é de judeus, que constituem uma proporção da comunidade cientifica (8%) maior do que a população em geral (2%).
Mas a pesquisa de opinião do Pew descobriu que os níveis da fé religiosa entre os cientistas variam um pouco, dependendo da sua especialidade e idade. Os químicos, por exemplo, são mais propensos a crer em Deus (41%) do que os biólogos e médicos (32%). [Será por que os químicos sabem ser impossível matéria inorgânica originar vida por processos naturais?] Da mesma forma, os cientistas mais jovens (entre 18 e 34 anos) tendem a crer em Deus ou uma força suprema. [Será que isso se deve ao fato de os mais jovens estarem mais familiarizados com as descobertas nos campos da bioquímica, biologia molecular e genética, que revelaram tremenda quantidade de informação complexa especificada e a existência de sistemas de complexidade irredutível? Ou será também devido ao fato de os mais jovens estarem aos poucos se livrando das amarras do naturalismo filosófico inspirado nas ideologias iluministas/racionalistas? Thomas Kuhn já dizia que, às vezes, para um paradigma ser substituído é necessária a morte da geração que o defende.]
Se uma parte substancial da comunidade científica é constituída por crentes, por que muitos acham que a evolução e a religião são incompatíveis? Pode ser porque alguns de nossos cientistas mais famosos e prolíficos, tais como o biólogo evolucionista americano Stephen Jay Gould e o físico britânico Stephen Hawkins, eram ou são ateístas e agnósticos. Mas e sobre Francis Collins, o autor/líder do Projeto Genoma Humano, recentemente apontado pelo presidente Obama como o diretor do Instituto Nacional de Saúde? Collins é um cristão evangélico que fala com paixão sobre sua fé – e também pensa que a evolução é um fato científico estabelecido. [Sobre isso, leia “Mistura Impossível”. – MB]
Quanto a Darwin, suas cartas indicam que provavelmente ele era um agnóstico que perdeu a fé, não porque sua teoria revolucionária era incompatível com a religião, mas por causa de seu luto depois de 1851, com a morte da filha favorita de 10 anos, Annie. E ainda assim, ele pode não ter rejeitado completamente a ideia da força suprema. A sentença concludente de A Origem das Espécies fala de um “Criador” que respira vida “em algumas formas ou em um”. A passagem origina ao menos uma pequena dúvida sobre como o pai da teoria da evolução moderna poderia ter respondido à questão da crença na recente pesquisa do Pew com os cientistas.
(Los Angeles Times) e (Criacionismo)
Tradução: Elizandra Milene da Rocha
Além disso, os cientistas não são menos propensos a acreditar em Deus do que foram há cem anos, quando a comunidade científica foi a primeira a votar ness assunto. Em 1914, onze anos antes do “Julgamento do Macaco” e quatro décadas antes da descoberta da estrutura do DNA, o psicólogo James Leuba perguntou a mil cientistas americanos acerca da sua opinião sobre Deus. Ele descobriu que a comunidade científica estava igualmente dividida, com 42% dizendo que acreditavam em um Deus pessoal e o mesmo número dizendo que não criam. Os cientistas descobriram muitos fósseis importantes desde então, mas eles são, de fato, mais propensos a crer em Deus hoje.
A comunidade científica é, contudo, muito menos religiosa do que o público em geral. Nas pesquisas do Pew, 95% dos adultos americanos dizem que acreditam em alguma forma de divindade ou uma força suprema.
Também o público não compartilha a certeza que os cientistas têm acerca da evolução. Embora 87% dos cientistas digam que a vida evoluiu com o tempo, devido a processos naturais [e aqui há muita confusão, mesmo entre cientistas, com respeito à micro e à macroevolução], apenas 32% das pessoas acreditam que seja verdade, de acordo com uma pesquisa de opinião diferente do Pew, no ano passado.
Dado que os cientistas são muito menos propensos a acreditar em Deus como o público em geral, não é de se admirar que a porcentagem dos afiliados a uma religião particular também seja menor. Aproximadamente a metade dos cientistas americanos diz não ter afiliação religiosa – se descrevem como ateístas, agnósticos ou nada em particular – comparado com 17% de todos os americanos.
Entre os cientistas, há bem menos protestantes (21%) e católicos (10%) do que no público em geral, que é de 51% de protestantes e 24% de católicos. E embora os protestantes evangélicos constituam mais de um quarto da população em geral (28%), eles são apenas uma pequena porção (4%) da comunidade científica. Uma notável exceção é de judeus, que constituem uma proporção da comunidade cientifica (8%) maior do que a população em geral (2%).
Mas a pesquisa de opinião do Pew descobriu que os níveis da fé religiosa entre os cientistas variam um pouco, dependendo da sua especialidade e idade. Os químicos, por exemplo, são mais propensos a crer em Deus (41%) do que os biólogos e médicos (32%). [Será por que os químicos sabem ser impossível matéria inorgânica originar vida por processos naturais?] Da mesma forma, os cientistas mais jovens (entre 18 e 34 anos) tendem a crer em Deus ou uma força suprema. [Será que isso se deve ao fato de os mais jovens estarem mais familiarizados com as descobertas nos campos da bioquímica, biologia molecular e genética, que revelaram tremenda quantidade de informação complexa especificada e a existência de sistemas de complexidade irredutível? Ou será também devido ao fato de os mais jovens estarem aos poucos se livrando das amarras do naturalismo filosófico inspirado nas ideologias iluministas/racionalistas? Thomas Kuhn já dizia que, às vezes, para um paradigma ser substituído é necessária a morte da geração que o defende.]
Se uma parte substancial da comunidade científica é constituída por crentes, por que muitos acham que a evolução e a religião são incompatíveis? Pode ser porque alguns de nossos cientistas mais famosos e prolíficos, tais como o biólogo evolucionista americano Stephen Jay Gould e o físico britânico Stephen Hawkins, eram ou são ateístas e agnósticos. Mas e sobre Francis Collins, o autor/líder do Projeto Genoma Humano, recentemente apontado pelo presidente Obama como o diretor do Instituto Nacional de Saúde? Collins é um cristão evangélico que fala com paixão sobre sua fé – e também pensa que a evolução é um fato científico estabelecido. [Sobre isso, leia “Mistura Impossível”. – MB]
Quanto a Darwin, suas cartas indicam que provavelmente ele era um agnóstico que perdeu a fé, não porque sua teoria revolucionária era incompatível com a religião, mas por causa de seu luto depois de 1851, com a morte da filha favorita de 10 anos, Annie. E ainda assim, ele pode não ter rejeitado completamente a ideia da força suprema. A sentença concludente de A Origem das Espécies fala de um “Criador” que respira vida “em algumas formas ou em um”. A passagem origina ao menos uma pequena dúvida sobre como o pai da teoria da evolução moderna poderia ter respondido à questão da crença na recente pesquisa do Pew com os cientistas.
(Los Angeles Times) e (Criacionismo)
Tradução: Elizandra Milene da Rocha
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