sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Os Sábados de Colossenses 2:16 - Parte 4

Nichol argumenta:

“Nenhuma dessas referências (59 encontradas) sugere que o Sábado havia perdido, estava em processo de perder, ou deveria perder algo da santidade que o havia distinguido até ali. Portanto, se o Novo Testamento ensina a abolição do Sábado, este ensino deve ser encontrado nessa única sexagésima referência” (NICHOL, Francis de. “Respostas a Objeções – Uma defesa bíblica da doutrina adventista”, pág. 148).

O mesmo escritor tem um comentário importante sobre a abolição da lei:

“… a alegação de que o Decálogo (Dez Mandamentos) foi abolido na cruz assume um caráter monstruoso e sacrílego. Quando Cristo morreu na cruz, foi mudada a natureza moral de Deus? É um sacrilégio fazer essa pergunta. Enquanto Deus for de natureza imutável, os princípios morais que irradiam de Sua natureza permanecem imutáveis. Enquanto a natureza de Deus abominar a mentira, o furto, o homicídio, o adultério, a cobiça e os falsos deuses, o Universo, até às suas extremidades mais remotas, será controlado por leis morais contra esses maus atos”. (Ibidem, pág. 141.)

Outros estudiosos também afirmam que os Sábados mencionados são os cerimoniais, e isso com base em Levítico 23:3, 27 e 38, que fazem distinção entre os aspectos moral e o cerimonial do Sábado:

“Em seis dias realizem os seus trabalhos, mas o sétimo dia é sábado [não o domingo!], dia de descanso e de reunião sagrada. Não realizem trabalho algum; onde quer que morarem, será sábado dedicado ao SENHOR.” Levítico 23:3 – Sábado semanal.

“O décimo dia deste sétimo mês é o Dia da Expiação. Façam uma reunião sagrada e humilhem-se, e apresentem ao SENHOR uma oferta preparada no fogo. É um sábado de descanso para vocês, e vocês se humilharão. Desde o entardecer do nono dia do mês até o entardecer do dia seguinte vocês guardarão esse sábado”. Levítico 23:27 e 32 – Sábado anual.

“Além dos sábados do Senhor…” Levítico 23:38 – segundo essa linha de estudiosos, aqui é feita uma separação entre os Sábados cerimoniais e morais.

Vejamos a opinião de alguns eruditos evangélicos a respeito de Colossenses 2:16:

Albert Barnes, presbiteriano:

“Não há nenhuma evidência nessa passagem de que Paulo ensinasse que não havia mais obrigação de observar qualquer tempo sagrado, pois não há a mais leve razão para crer que ele quisesse ensinar que um dos Dez Mandamentos havia cessado de ser obrigatório á humanidade. Se ele tivesse escrito a palavra ‘o sábado’, no singular, então, certamente estaria claro que ele quisesse ensinar que aquele mandamento (o quarto) cessou de ser obrigatório, e que o sábado não mais deveria ser observado. Mas o uso do termo no plural, e a sua conexão, mostram que o apóstolo tinha em vista o grande número de dias que eram observados pelos hebreus como festivais, como uma parte de sua lei cerimonial e típica, e não a lei moral, ou os Dez Mandamentos. Nenhuma parte da lei moral – nenhum dos Dez Mandamentos – poderia ser referido como ‘sombra das coisas futuras’. Estes mandamentos são, pela natureza da lei moral, de obrigação perpétua e universal”. (”Notes on the Testament”. Citado por Arnaldo B. Christianini em Sutilezas do Erro, pág. 125).

Adam Clarke, metodista:

“… O sábado semanal se apóia numa base mais permanente, tendo sido instituído no Éden, para comemorar o término da criação em seis dias. Levítico 23:38 expressamente distingue ‘o sábado do Senhor’ dos outros sábados. Um preceito positivo é bom porque é ordenado e deixa de ser obrigatório quando ab-rogado; um preceito moral é mandato eterno, por ser eternamente justo”. (CLARKE (Comentário Bíblico), Adam. Vol. 6, pág. 524. Ibidem, pág. 70.)

“O que foi dito anteriormente é suficiente para esclarecer que Paulo jamais pretendeu abolir, em Colossenses 2:16 e 17, a obrigatoriedade moral do quarto mandamento, que por ter sido instituído na criação (Gênesis 2:1-3) e fazer parte da lei moral (Êxodo 20:8-11), também é um mandamento ‘santo justo e bom’(Romanos 7:12)”. (TIM, Alberto Ronald. “O Sábado nas Escrituras”, págs. 70, 71).

Jamieson, Fausset e Brown (comentaristas evangélicos muito reconhecidos) dizem que os Sábados anuais “tiveram um fim com os serviços judaicos aos quais pertenciam”. E continuam: “O sábado semanal repousa sobre um fundamento mais permanente, tendo sido instituído no Paraíso para comemorar o término da criação em seis dias” . (Citado por Francis D. Nichol em “Resposta a Objeções – Uma defesa bíblica da doutrina adventista”, pág. 146. Casa Publicadora Brasileira, 2005.)

Conclusão:

1) O primeiro posicionamento dos teólogos a respeito de Colossenses 2:16 (de que o mandamento foi abolido) precisa ser totalmente descartado pelos cristãos, pois o tema em questão na carta de Paulo (entre os outros já mencionados) não é a observância ou não de um dia, mas a forma herética como os dias eram observados e heresias que se infiltravam na igreja. Isso fica claro no contexto (capítulo 2) onde o apóstolo combate vários ensinamentos errados;

2) A guarda do Sábado nunca foi considerada uma heresia. Mesmo porque (a) Deus a instituiu – Gênesis 2:1-3 e (b) o próprio Paulo guardava o Sábado;

3) O segundo posicionamento a respeito de Colossenses (de que Paulo fala de um sábado semanal que estava carregado dos exageros e heresias dos ascetas de Colossos) pode ser aceito levando-se em conta o contexto e outros versos bíblicos em que a expressão “dias de festa, lua nova ou sábados” indica uma seqüência anual, mensal e semanal;

4) O terceiro posicionamento sobre Colossenses 2:16 (de que os sábados são os cerimoniais) também é apoiado por alguns textos bíblicos (como, por exemplo, Levítico 23:3 e 27, 28 que distinguem o Sábado semanal do Sábado anual) e pode ser aceito.

Repetindo: a primeira tese que diz ter sido o Sábado abolido não tem base bíblica. As outras duas podem ser aceitas, pois, apesar de usarem “caminhos” diferentes, chegam ao mesmo destino: o Sábado foi e sempre será um memorial da criação e um dia separado para a comunhão com o Criador. É um Sinal de fidelidade entre Deus e os Seus filhos (Ezequiel 20:12, 20 - o contexto do verso 20 deixa claro que o Sábado não é um sinal apenas entre Deus e os povo judeu. É entre o Criador e TODOS os que foram criados por Ele!).

Deixo-lhe alguns textos bíblicos para reflexão:

“Feliz aquele que age assim, o homem que nisso permanece firme, observando o sábado para não profaná-lo, e vigiando sua mão para não cometer nenhum mal”. Isaías 56:2.

“Os que amam a tua lei desfrutam paz, e nada há que os faça tropeçar”. Salmo 119:165.

NOTA: Espero que os amigos que não observam o sétimo dia escolham um dos dois últimos posicionamentos e jamais o primeiro, por ser uma heresia.

(Na Mira da Verdade) e (Eventos Finais)

0 comentários:

Postar um comentário

Related Posts with Thumbnails