Ao se aproximar o povo de Deus dos perigos dos últimos dias, faz Satanás ardorosa consulta com seus anjos quanto ao plano de maior êxito no sentido de lhes transtornar a fé. Vê que as igrejas populares já estão sendo embaladas para dormir, pelo seu poder enganador. Por meio de agradáveis enganos e mentirosas maravilhas, pode ele continuar a conservá-los sob o seu domínio. Dirige portanto seus anjos para que lancem suas ciladas especialmente para os que aguardam o segundo advento de Cristo e se estão esforçando por observar todos os mandamentos de Deus.
Diz o grande enganador: “Devemos vigiar aqueles que estão chamando a atenção do povo para o sábado de Jeová; eles levarão muitos a ver as exigências da lei de Deus; e a mesma luz que revela o verdadeiro sábado, revela também a missão de Cristo no santuário celestial, e revela que a última obra para a salvação do homem está agora indo avante. Conservai nas trevas a mente do povo até que esta obra termine, e teremos conseguido o mundo e a igreja também.
“O sábado é a grande questão que deve decidir o destino de almas. Devemos exaltar o sábado criado por nós. Temos feito com que ele seja aceito tanto pelos mundanos como pelos membros da igreja. Deve agora a igreja ser levada a unir-se com o mundo em sua defesa. Devemos trabalhar por meio de sinais e maravilhas para lhes cegar os olhos quanto à verdade, e levá-los a pôr de lado a razão e o temor de Deus e a seguir os costumes e tradições.
“Influenciarei os pastores populares a desviar dos mandamentos de Deus a atenção dos ouvintes. Aquilo que as Escrituras declaram ser uma perfeita lei de liberdade, será representado como um jugo de servidão. O povo aceita as explanações das Escrituras de seus pastores, e não estuda por si mesmo. Portanto, atuando por meio de seus pastores, posso dominar o povo de acordo com a minha vontade.
“Mas nossa principal preocupação é silenciar esta seita de observadores do sábado. Devemos despertar contra eles a indignação popular. Alistaremos ao nosso lado grandes homens e homens sábios segundo o mundo, e induziremos aos que estão em autoridade a executar os nossos propósitos. Então o sábado que eu estabeleci será forçado pelas leis mais severas e obrigatórias. Os que as desrespeitarem, serão tocados das cidades e vilas e levados a passar fome e privação. Uma vez que tenhamos o poder, mostraremos o que podemos fazer com os que não se desviam de sua fidelidade a Deus. Levamos a igreja romana a infligir prisão, tortura e a morte àqueles que recusavam seguir aos seus decretos; e agora que estamos pondo as igrejas protestantes e o mundo em harmonia com esse braço direito de nossa força, finalmente termos uma lei para exterminar a todos os que não se submeterem à nossa autoridade. Quando se fizer da morte a penalidade da violação do nosso sábado, então muitos dos que agora estão nas fileiras dos observadores dos mandamentos, passarão para o nosso lado.
“Mas antes de adotarmos estas medidas extremas, devemos exercer toda a nossa sabedoria e sutileza para enganar os que honram o verdadeiro sábado e engodá-los. Podemos separar muitos de Cristo, pela mundanidade, luxúria e orgulho. Podem julgar-se salvos porque crêem na verdade, mas a condescendência com o apetite, as paixões mais baixas que confundirão o juízo e destruirão o discernimento, causar-lhes-ão a queda.
“Ide, fazei com que os donos de terras e de dinheiro se embriaguem com os cuidados desta vida. Apresentai o mundo diante deles em sua mais atraente luz, que acumulem o seu tesouro aqui, e fixem sua atenção sobre as coisas terrenas. Devemos fazer o máximo para evitar que os que trabalham na causa de Deus obtenham meios para usar contra nós. Conservai o dinheiro em nossas próprias fileiras. Quanto mais dinheiro obtiverem, tanto mais prejudicarão nosso reino tirando de nós os nossos súditos. Fazei com que se preocupem mais com o dinheiro do que com a edificação do reino de Cristo e a disseminação das verdades que odiamos, e não precisamos temer-lhes a influência, pois sabemos que toda a pessoa egoísta e cobiçosa cairá em nosso poder, e finalmente se separará do povo de Deus.
“Por meio daqueles que têm uma forma de piedade, mas não lhe conhecem o poder, podemos ganhar muitos que de outra maneira nos causariam grande mal. Os mais amantes dos prazeres do que amantes de Deus, serão os nossos mais eficientes auxiliares. Os que pertencem a essa classe, forem mais aptos e inteligentes, servirão de chamariz para atrair outros para as nossas ciladas. Muitos não lhes temerão a influência, porque professam a mesma fé. Levá-los-emos então a concluir que as reivindicações de Cristo são menos estritas do que uma vez creram, e que pela conformação com o mundo exercerão maior influência sobre os mundanos. Assim se separarão de Cristo; então não terão forças para resistir ao nosso poder, e dentro de pouco tempo estarão prontos para ridicularizar o seu antigo zelo e devoção.
“Enquanto não for dado o grande golpe decisivo, devem nossos esforços contra os observadores dos mandamentos ser incansáveis. Devemos estar presentes em todos os seus ajuntamentos. Especialmente em suas grandes reuniões, nossa causa muito sofrerá, e devemos exercer grande vigilância, e empregar todas as nossas artes sedutoras para evitar que as almas ouçam a verdade e por ela sejam impressionadas
“Terei no terreno, como meus agentes, homens que mantenham falsas doutrinas misturadas com justamente suficiente verdade para enganar almas. Também terei presentes pessoas incrédulas, que expressarão dúvidas quanto às mensagens de advertência do Senhor à Sua igreja. Lesse o povo e cresse essas admoestações, e pouca esperança poderíamos ter de vencê-los. Mas se pudermos desviar-lhes a atenção dessas advertências, permanecerão ignorando nosso poder e sagacidade, e finalmente os ganharemos para as nossas fileiras. Deus não permitirá que Suas palavras sejam menosprezadas impunemente. Se pudermos conservar as almas enganadas durante algum tempo, retirar-se-á a misericórdia de Deus, e Ele as abandonará ao nosso completo domínio.
“Temos de causar lutas e divisões. Temos de destruir a ansiedade deles por sua própria alma e levá-los à crítica, aos juízos temerários, acusando e condenando-se uns aos outros, a idolatrar o egoísmo e a inimizade. Por causa destes pecados, Deus baniu-nos de Sua presença; e todos quantos seguirem o nosso exemplo terão sorte idêntica.”
Teste. para Ministros, p. 472.
(Sétimo Dia)
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