terça-feira, 11 de maio de 2010

Gálatas 3:17 e a aparente contradição.

Um Internauta fez a seguinte pergunta:


Sr Editor,


Veja o texto. De que lei ele fala? Da moral? ou da cerimonial? Ou Outra lei?

Gálatas 3:17

Mas digo isto: Que tendo sido a aliança anteriormente confirmada por Deus em Cristo, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não a invalida, de forma a abolir a promessa.

Fica difícil entender!?

Veja todo no contexto:

Gálatas 3

1 O insensatos gálatas! quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade, a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi evidenciado, crucificado, entre vós?
2 Só quisera saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?
3 Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne?
4 Será em vão que tenhais padecido tanto? Se é que isso também foi em vão.
5 Aquele, pois, que vos dá o Espírito, e que opera maravilhas entre vós, fá-lo pelas obras da lei, ou pela pregação da fé?
6 Assim como Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.
7 Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão.
8 Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti.
9 De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão.
10 Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las.
11 E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé.
12 Ora, a lei não é da fé; mas o homem, que fizer estas coisas, por elas viverá.
13 Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;
14 Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e para que pela fé nós recebamos a promessa do Espírito.
15 Irmãos, como homem falo; se a aliança de um homem for confirmada, ninguém a anula nem a acrescenta.
16 Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência. Não diz: E às descendências, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua descendência, que é Cristo.
17 Mas digo isto: Que tendo sido a aliança anteriormente confirmada por Deus em Cristo, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não a invalida, de forma a abolir a promessa.
18 Porque, se a herança provém da lei, já não provém da promessa; mas Deus pela promessa a deu gratuitamente a Abraão.
19 Logo, para que é a lei? Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita; e foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro.
20 Ora, o medianeiro não o é de um só, mas Deus é um.
21 Logo, a lei é contra as promessas de Deus? De nenhuma sorte; porque, se fosse dada uma lei que pudesse vivificar, a justiça, na verdade, teria sido pela lei.
22 Mas a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a promessa pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos crentes.
23 Mas, antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei, e encerrados para aquela fé que se havia de manifestar.
24 De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.
25 Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo de aio.
26 Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus.
27 Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo.
28 Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.
29 E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa.

Pergunta:
Abraão, Isaque, Jacó e ainda Moisés enquanto na corte de Faráo guardaram o sábado?

Saudações Cristãs!

_____________________




Então... irei discorrer em detalhes o texto dentro do contexto para que fique sanado a dúvida que Satanás tem plantado na mente daqueles que não percebem. Que Deus possa tirar o espírito da confusão e lhe mostre a Verdade da Palavra de Deus. Pois não sou eu quem deve lhe convencer mas o Espírito Santo.  

LEMBRANDO: Isto Ele fará quando o mesmo permitir.


O pacto previamente ratificado.

Querido amigo, Paulo alude à segurança que Deus deu ao Abraão do cumprimento da promessa do pacto, de uma "semente" (veja Gênesis 15: 13; 22: 15-17; Gálatas. 3: 16; Hebreus 6: 13-18). Leu? Viu? Percebeu? Então vamos continuar...


Para com Cristo.

A evidência textual favorece a omissão destas palavras.

A lei.

Quer dizer, todo o sistema legal dentro do qual o Israel foi constituído no Sinai como uma teocracia, o que incluía a Lei Moral que foi proclamada por Deus em pessoa e o sistema cerimonioso promulgado mediante Moisés.


Quatrocentos e trinta anos.

Este período abrange o intervalo desde que Deus chamou primeiro a Abraão até o estabelecimento de Israel como nação no tempo do êxodo (ver Gênesis. 12: 3-4; com Êxodo 12: 40), período que compreende o tempo que permaneceu em Canaã e depois no Egito, sobre a promessa de fazer dos hebreus uma nação e estabelecê-los na terra de Canaã, até o cumprimento dessa promessa. Paulo se refere particularmente à promessa do pacto ao princípio do período e a proclamação da lei como sua terminação, lei sob a qual o Israel devia comportar-se como uma teocracia até a crucificação de Cristo.

Não o anula.

Analisemos o versículo Gálatas 3:15. (Em termos humanos quer dizer, para usar uma ilustração humana, tirada das relações civis que são usuais entre as pessoas (conferir com Romanos 6: 19).

Pacto

Que no NT e nos papiros geralmente significa "testamento". Era uma disposição preparada unilateralmente ou em tal forma que a outra parte podia aceitá-la ou rechaçá-la, mas não alterá-la. A palavra que corresponde a pacto ou convênio, aonde se conjugam duas partes em términos iguais, é suntheke, a qual não aparece no NT. Entretanto, Paulo usa diath'k', "pacto. . . de homem": "testamento", "última vontade", para ilustrar o "pacto" de Deus com o Abraão (Gênesis 15; Gálatas 3: 6-9, 16-18). Deus estabeleceu as disposições desse "pacto"; Abraão as aceitou por fé e as obedeceu.


Ratificado.

"Confirmado"; "feito como deve ser". Depois que um convênio foi aceito formalmente pelos que participam dele, suas condições têm força legal e não podem ser trocadas exceto por mútuo consentimento. Se considerar que as disposições de um convênio humano têm essa validez, argumenta Paulo, alteraria acaso Deus caprichosamente suas promessas a Abraão de salvar aos homens que demonstraram sua fé no Messias vindouro? Hein? (ver Gálatas 3: 6-9; 3: 16; Hebreus 6: 17-18).


Para invalidar a promessa.

O sistema legal ordenado Por Deus no Sinai (ver Gálatas 2: 16) não podia substituir, nem em nenhuma forma alterar as condições do pacto (ver Gálatas 3: 15). "A lei" não proporcionou um meio novo e específico de salvação; não estabeleceu um sistema de justificação por meio das obras para que ocupasse o lugar da promessa de justificação pela fé no Messias vindouro, ou para que competisse com essa promessa (versos 6-8, 14). Portanto, os seres humanos foram salvos pela fé do Sinai até a cruz.

Em quanto à relação da lei com o pacto, vejamos o que diz Gálatas 3:19.

Então, para que?

Esta passagem e todo o raciocínio do Paulo daqui até o verso 25 sempre é mal interpretado, em outras palavras, entende-se que todos os códigos ou leis divinamente revelados no AT terminaram no Calvário. Não é isso que nos diz Paulo.

Fruto dessa interpretação é a crença de que na época do AT os crentes salvavam-se pela observância da lei; mas que na era cristã se salvam por graça mediante a fé. Mas este conceito é diametricamente oposto ao ensino geral das Escrituras. Deus teve sempre um só meio para salvar aos homens dos dias do Adão: por meio da fé no sacrifício de nosso Senhor. A boa nova dessa salvação foi pregada aos homens através dos séculos (ver Hebreus 4: 2). Em outra passagem Paulo rechaça enfaticamente a idéia que ele pressentiu que alguns poderiam equivocadamente e apressadamente deduzir de seus escritos, isto é, que a graça e o Evangelho anulam a lei: "Logo pela fé invalidamos a lei? De nenhuma maneira, a não ser que confirmamos a lei" (Rom. 3: 31).

É, pois, querido amigo, evidente que seja qual for o raciocínio do Paulo em Gálatas 3:19-25, não ensina de maneira nenhuma a doutrina de uma era de salvação, anterior ao cristianismo, por 957 meios da lei, e outra era cristã de salvação pela graça, diametralmente oposta a anterior. O que Paulo fala se vê claramente quando se tem em conta dois fatores.

Primeiro: Para todos os judeus e todos os que foram ensinados do ponto de vista judaico, como aconteceu em gálatas devido à instrução de professores judaizantes, os acontecimentos do Sinai foi o princípio e a essência de toda a religião revelada Por Deus para seu povo escolhido.

No Sinai, Deus, em forma completamente literal, chamou e separou aos israelitas para que fossem exclusivamente Dele e fez destes seu povo peculiar, sua nação Santa. A característica distintiva dessa experiência inicial no Sinai foi o anúncio do grande código moral que devia ser constantemente a norma da vida de Israel, ao qual se acrescentaram (a) disposições civis, que eram uma interpretação e aplicação do código moral para o estado judeu, e (b) certos estatutos para reger o ritual simbólico dos sacrifícios e das oferendas que antecipavam o grande sacrifício de Cristo.

O Senhor havia dito aos israelitas no Sinai que se fossem obedientes a todas suas leis, comeriam do bom da terra e seriam seu povo para sempre. Mas equivocadamente pensaram que com seus esforços podiam cumprir com essa obediência, e que, portanto, sua esperança de ser aceitos Por Deus e de receber uma herança sempre dependia de seus próprias obras para guardar sortes de leis.

Segundo: Devemos recordar e entender corretamente os versos 19-25 de que Paulo acabava de afirmar aos gálatas, que muito antes do Sinai Abraão tinha recebido a herança singela porque tinha acreditado nas promessas de Deus, e para ilustrar de novo a principal afirmação de sua epístola Ele havia acrescentado enfaticamente que a salvação é unicamente por fé, que nada do que tinha-lhe acontecido a Abraão “quatrocentos e trinta anos depois" poderia haver mudado os termos com os que se garantiu a herança. O raciocínio de Paulo se resume nestas palavras: "porque se a herança é pela lei, já não é pela promessa" (verso 18).

Para todos os que estavam dominados pelo ponto de vista judeu, este raciocínio de Paulo pode lhes parecer inútil e sem sentido, o pavoroso drama do Sinai, com os grandes códigos legais e a declaração: “comeriam do bom da terra”. Em outras palavras, os que escutavam e liam as palavras de Paulo poderiam perguntar imediatamente: "Então, para que serve a lei?"


Acrescentada.

A flexão do verbo prostíth'meu, literalmente, "colocar ao lado", "acrescentar".

E por que foi "acrescentada" a lei se o pacto feito com o Abraão, era adequado para a salvação? A resposta é: "Por causa das transgressões". A diferença entre os tempos anteriores e os posteriores ao Sinai não foi uma diferença quanto à existência de grandes leis procedentes de Deus, a não ser assim à revelação explícita delas. No Sinai houve uma apresentação concreta da Lei Moral em duas pranchas de pedra e de outras leis em "o livro da lei". (Lembrando que este era o Livro de Moisés e não de Deus).

Mas nos séculos anteriores ao Sinai, os patriarcas de Deus possuíam em grande medida a Lei Moral escrita em seus corações, e, portanto eram conscientes das elevadas Normas Morais de Deus (ver Gênesis 17: 9; 18: 19). Genesis 26:5 “Porquanto Abraão obedeceu à minha voz, e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos, e as minhas leis”. Percebeu? Ou o texto esta sendo forçado?

Também possuíam, em embrião, as leis dos sacrifícios rituais. Durante o cumprido e escuro cativeiro dos israelitas no Egito, onde viveram no meio do mais tenebroso paganismo e da imoralidade mais depravadas, quase perderam sua compreensão ou conhecimento das normas morais de Deus e até das mais rudimentares idéias dos sacrifícios. E quando os seres humanos chegam à semelhante estado, são insensíveis ao pecado, pois pela "a lei" conhecemos o pecado, como Paulo o declara em outro lugar:  

"Eu não conheci o pecado, mas sim pela lei" (Rom. 7: 7). E agora?


Quando Deus tirou Israel da escuridão e da contaminação do Egito, seu primeiro contato com os israelitas consistiu em lhes fazer uma apresentação das Leis Morais que são a Norma de Seu Governo, e logo depois dos estatutos cerimoniais que tinham o propósito de proporcionar ao Israel um modelo de serviço ritual que lhes esclarecer sacrifício prometido de nosso Senhor. A lei "foi acrescentada por causa das transgressões" (Gálatas 3: 19), "a fim de que pelo mandamento o pecado chegasse a ser sobremaneira pecaminoso" (Rom. 7: 13). Os israelitas, infelizmente acostumados aos ásperos conceitos religiosos dos egípcios, unicamente podiam compreender que eram pecadores e que tanto necessitavam da salvação, mas com uma condição, se chegassem a ter uma clara visão da Lei Moral de Deus. E como lhes foram apresentados detalhadamente os estatutos cerimoniais, puderam ver a forma que Deus tinha idealizado a salvação dos seus filhos. (Filipenses 2: 15).



Até que viesse a semente.

Quer dizer, até que viesse Cristo (Gálatas 3: 16, 24).

A quem foi feita a promessa. Ou "com respeito a quem a promessa foi feita".

Ordenada por meio de anjos.

O relato de êxodo não diz nada quanto à presença de anjos no Sinai. Segundo Deuteronômio 33: 2 havia presente "dez milhares de Santos" quando se deu A Lei. A última parte deste versículo diz: "A sua mão direita anjos com ele" (conferir com Salmos 68: 17). (Atos 7: 53) e (Hebreus 2: 2) falam de anjos que participaram da entrega do código mosaico.

Mediador.

Ou "árbitro", "intermediário". Que intervém entre duas partes para reconciliar pontos de vista ou interesses divergentes, ou faz que possam coincidir em um pacto. No verso 20, Paulo esclarece seu propósito ao mencionar a forma mediata ou indireta em que foi dada a lei cerimonial. Como as leis cerimoniais e civis foram dadas através de um mediador, Moisés, (Êxodo 20:19; 21: 1), procederam indiretamente de Deus; entretanto, o pacto e suas promessas se deram diretamente a Abraão, sem a ajuda de um mediador humano.

Grande Abraço e Fica com Deus.

(Eventos Finais)

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