domingo, 11 de abril de 2010

Professora critica meu livro e me agride

Eu não pretendia tornar este assunto público, uma vez que inicialmente foi tratado apenas em e-mails. Mas, quando fui avisado por um leitor de que certa pessoa estava me agredindo verbalmente numa comunidade do Orkut (“Jornalista Michelson Borges”), resolvi me manifestar. Na comunidade, há uma enquete relacionada com criacionismo, mas a “comunicadora social em Publicidade e Propaganda e professora” não perdeu a oportunidade de chamar meu livro Nos Bastidores da Mídia de “ridículo” e de afirmar que ele estaria estimulando outros “tolos a pregarem sobre o que não sabem”. Em e-mails subsequentes, ela me chama de ignorante (no mau sentido), valendo-se de linguagem ofensiva e arrogante.

A comunicadora graduada em 2009 diz que preciso estudar semiótica (concordo com ela, afinal, sempre temos que estudar mais e mais) e afirma que a teoria de Flávio Calazans (uma entre muitas fontes que cito no livro) é uma “idiotice [que] durou pouco tempo” e “foi derrubada por minha [dela] professora doutora em semiótica [...] há 2 anos atrás... [sic]”. Sendo assim, para elas, mensagens subliminares não existem. O que existem são pessoas “analfabetas”, incapazes de enxergar, ler e interpretar o óbvio.

No primeiro e-mail que enviei a ela, escrevi:

Prezada ........,

Sei que a teoria das mensagens subliminares tem sido muito criticada pelos cientistas de linguagem e comunicação. Depois que publiquei meu livro, soube que Calazans não goza de respeito científico por causa disso [meu livro foi publicado há mais de cinco anos, e a comunicadora diz que a professora dela “derrubou” a tese dele há dois anos apenas]. Agora, me parece que você está embasada na semiótica americana, mais do que em semiótica europeia. A semiótica de Peirce é pragmática, talvez por isso você ache difícil ver qualquer lógica em coisas subliminares, abaixo do nível de consciência. Mas há memória subconsciente.

Um amigo meu, também jornalista, estudou a semiótica russa, que se chama semiótica da cultura [como ela me acusou de não saber nada de semiótica – como se eu não tivesse estudado isso na faculdade de Jornalismo da UFSC –, busquei algumas fontes abalizadas]. Essa semiótica trata entre outros com o conceito de memória cultural. O que é abrigado na memória se torna em linguagem para dialogar, comunicar, entender e significar o mundo e as coisas. A memória nem sempre é consciente. Há muitas coisas em nossa mente das quais não temos consciência, são subconscientes, não verbalizadas. E elas podem participar de processos de significação. Como você mesma disse, você sente o efeito das coisas e logo pode discerni-las. Há pessoas não alfabetizadas visualmente que também sentem a mesma coisa por reação subconsciente, mas não conseguem verbalizar.

O que entendo do processo de aprendizagem (minha esposa é pedagoga e lecionou para crianças em fase de alfabetização) é que a criança ouve e vê coisas e não entende porque ela ainda não tem referenciais na mente (memória) para dar sentido a elas. À medida que as imagens vão se tornando familiares por serem retidas na memória, ela passa a entender e dar sentido, e por conseguinte a reagir comunicando-se. Não é porque sente necessidade. O desenvolvimento da linguagem se dá pelo armazenamento de imagens e sons na memória referenciados por certas situações vividas.

Não sei lhe dizer exatamente o que pode acontecer diante de uma mensagem subliminar (e nem foi esse o meu real objetivo ao incluir aquele capítulo em meu livro que, por causa do qual, você julga deve ser retirado de circulação – Nada mais presta no livro?). Mas, diante de uma mensagem comunicada através de imagens e sons captados pela mente, independentemente de serem conscientemente interpretados e verbalizados, as pessoas podem “entender”, ou seja, sentir ou reagir sensorialmente a elas. Essa reação será resultado de uma interpretação da mensagem por via da memória cultural, que tem níveis conscientes e inconscientes. Bem, isso sugere certa distinção entre sensação e conhecimento. Podemos agir e reagir por impulso, por sentir algo. Mas só podemos decidir ou escolher conscientemente mediante conhecimento.

Lembre-se de que Ellen G. White fala até de influências pré-natais que vão influenciar o comportamento inconsciente de uma criança, antes que ela possa identificar ou conceituar signos. [...] [Mas é claro que, pelo poder do Espírito Santo, essas influências e heranças podem ser vencidas.]

Finalmente, posso lhe garantir que, caso eu entendesse que “mensagens subliminares” são “mentira do diabo” [no sentido de que não existem], jamais as mencionaria.

Continuo estudando o assunto e sempre aberto a críticas feitas no bom espírito cristão – o mesmo espírito que sempre peço a Deus para ter ao escrever e pregar.

Fraternalmente,

Michelson

Depois desse e-mail, ela voltou à carga me acusando de não ter escrito o texto e de ser mero “reprodutor de conhecimentos alheios, sem análise crítica”(!), muito embora eu tenha deixado claro que busquei fontes de informação para entender melhor um assunto no qual não sou especialista. E ela disse mais: “...a escola que te formou tratou te ensinou [sic] como ser um ‘intelectual tradicional’ (repete conceitos e não se atualiza – satisfaz com o que aprendeu); a escola que me formou me ensinou a ser ‘uma intelectual orgânico’ (transforma conceitos apreendidos e cria novas teorias).” Bom para ela, não? Ruim para mim e para o curso de Jornalismo da UFSC...

Ela escreveu também que em meu texto detectou um “orgulho de macho ferido”(!!). E que eu teria ficado ainda mais “ferido” quando questionado por que ainda não havia feito um mestrado ou doutorado, “contribuindo assim para avanços da humanidade em conhecimento, produzindo [minha] própria pesquisa”. Ela esqueceu que nos últimos cinco anos tenho me aprofundado nos estudos teológicos e que neste ano completo meu mestrado em Teologia. E não pretendo parar aqui, se Deus me permitir avançar nos estudos. Mas resolvi nem comentar o assunto do “macho ferido”... E nem a acusação abaixo:

“Meus professores (inclusive a de psicologia) já haviam me dito que os ‘jornalistas’ se acham melhores que os ‘publicitários’ em tudo! Até quando estão errados eles erram mais que nós porque são pagos e manipulados pela mídia para falarem o que ‘povo quer ouvir’ por ordem do 4º poder neste país subdesenvolvido (Rede Globo brasileira) rsrsrsr. Em contrapartida, os publicitários, quando querem manipulam o povo para fazer o que eles querem!” [Evidentemente que não perdi tempo comentando essa generalização, afinal, não sou pago para "manipular" meus irmãos na fé e leitores.]

Esse segundo e-mail ela finalizou assim: “Não precisa mais me responder. Faça o que achar melhor! Continue do lado do diabo com essa mentira absurda de mensagem subliminar... Enquanto eu e você perdemos tempo em discutir este assunto idiota o povo perece por falta de conhecimento de que o diabo nunca age escondidinho, é na cara dura porque o povo ama o pecado. [...] Assunto encerrado! Vai estudar que você ganha mais... Ou será que o dinheiro ganho com a venda de literatura é bom demais a ponto de achar que não precisa mais de estudo algum??? Desta forma pensa o analfabeto presidente: não precisa estudo para governar nação...”

Se ela soubesse que, neste país, “escritores pequenos” como eu não conseguiriam viver da venda de livros, não teria escrito isso... Bem, eu teria dado mesmo o assunto por encerrado, se ela não o tivesse tornado público no Orkut (e sabe-se mais onde). Não me senti ofendido, mas triste com tudo isso. Se ela me tivesse escrito no bom espírito cristão (ou, pelo menos, educadamente), eu poderia gratamente revisar a informação desatualizada em meu livro (como de fato pretendo fazer). Não haveria problema algum nisso. Nos Bastidores da Mídia foi escrito com oração e, graças a Deus, tem ajudado muitas pessoas a ter um relacionamento mais positivo com os meios de comunicação, usando o discernimento santificado para navegar nesse mar de informações. Mas nunca tive a pretensão de que fosse um trabalho exaustivo e irretocável. Longe disso.

Na verdade, tanto em meus textos quanto em minhas palestras, chamo atenção para o fato de que as mensagens subliminares são o menor dos problemas (confira aqui). Pior é quando nos submetemos conscientemente às más influências de filmes, músicas, leituras, etc. Quem já assistiu minhas palestras pode confirmar o que estou dizendo. E, diferentemente do que a comunicadora-educadora afirma, Satanás também age de maneira dissimulada, sutil, senão a Bíblia não diria que ele muitas vezes atua como “anjo de luz” (disfarçado), para poder enganar com mais sucesso.

Michelson Borges

Leia também: “Confirmado o poder das mensagens subliminares”

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