segunda-feira, 25 de maio de 2009

Catolicismo e Islão: laços que se unem

'O título acima mencionado tornou-se uma fonte de controvérsia quando o usei numa palestra apresentada durante uma recente conferência sobre profecia.

O que achei curioso da comoção gerada, foi que veio de católicos (e alguns evangélicos) que ainda não tinham ouvido a minha apresentação. Além disso, o título reflete a esperança e as orações do Conselho Pontifical para o Diálogo Inter-religioso. Roma tem cultivado este "ponto em comum" com o Islão há décadas, como evidenciado pela publicação do Vaticano de 1994, ‘Reconhecendo as Obrigações Espirituais que nos Unem: 16 Anos de Diálogo Cristão e Muçulmano’.

Porquê, por isso, alguém seria incomodado pela minha simples repetição do que a Igreja Católica Romana muito deseja?

De fato, a verdadeira controvérsia origina-se da confusão criada pela própria Igreja de Roma. No seu zelo para ser a voz espiritual das religiões do mundo, ela fala de ambos os lados da sua boca ecuménica. Quanto à sua relação com o Islão, não só ela fez àqueles da fé muçulmana algumas aberturas teológicas que contradizem a ortodoxia cristã, mas pior ainda, há laços entre as duas religiões que vão muito mais além do que a maior parte das pessoas pensa.

Vamos primeiro considerar alguns pontos comuns entre as duas fés.

Começando com o número de fiéis, tanto o Catolicismo como o Islão excedem um bilião, sendo que quase todos são introduzidos à sua respetiva fé em crianças. Mais de 16 milhões de bebés são batizados na Igreja Católica Romana todos os anos. É uma coisa de família. As minhas irmãs e eu fomos batizados como católicos porque os nossos pais eram católicos, e eles e os seus irmãos foram batizados na Igreja porque os seus pais eram católicos. Isto é o modo primário pelo qual a fé é propagada.

Na prática, embora o batismo não faça parte do Islão, todas as crianças nascidas numa família muçulmana são muçulmanas. A sua "confirmação" oficial surge logo que eles sejam capazes de confessar o shahada ("não há nenhum deus além de Alá; Maomé é o seu mensageiro"). Este processo orientado às crianças para aumentar as suas fileiras foi um fator de motivação no lobby patrocinado pela coligação vaticano-saudita contra as diligências da ONU para introduzir a contracepção e outros métodos do controle demográfico, especialmente em países do terceiro mundo.

O Islão é a religião de mais rápido crescimento no mundo hoje; o Catolicismo é o maior corpo religioso entre os que se afirmam cristãos. Se o número de seguidores fosse uma boa medida para selecionar uma religião, então o Islão e o Catolicismo seriam definitivamente a escolha. Contudo, a Bíblia não aprova tal critério. Aliás, Jesus disse, "larga é a porta, e largo é o caminho, que conduz à destruição, e muitos há que entram por ela. Porque estreita é a porta e apertado é o caminho que leva vida, e poucos há que o encontram" (Mateus 7:13,14).

A maior parte das pessoas conhece a veneração e até adoração a Maria encontrada entre os católicos romanos, mas poucos sabem que quase a mesma deferência existe entre muçulmanos. Um capítulo no Corão é chamado de ‘Maria’ ("Surah Maryam"). Das redondezas do Cairo até Bombaim e até Medjugorje na Bósnia-Herzegovina, centenas de milhares da fé Islâmica congregam-se onde quer que as procissões transportem as suas estátuas onde quer que se diga terem as suas aparições surgido. Ela é estimada acima das mulheres mais honradas da fé muçulmana, inclusive as duas esposas favoritas de Maomé, Khadija e Aisha, e sua filha Fatima. O hadith ensina que Maomé selecionou Maria como a sua primeira esposa após a entrada no Paraíso. Uma das mais populares aparições católicas de Maria é conhecida como a 'Nossa Senhora de Fátima’.

As orações católicas e islâmicas têm muitas semelhanças. Para o muçulmano, rezar a Alá cinco vezes por dia é totalmente um ato da obediência, e as orações são sempre repetitivas. Como um antigo muçulmano exprime, "é a comunicação apenas íntima com Alá; (…) é realizada fundamentalmente para evitar a punição devido àqueles que negligenciam a oração." A maior parte das orações rezadas pelos católicos são também mecânicas e repetitivas: o rosário é o melhor exemplo. Repetindo 16 "Pai Nossos" e 153 "Avé Marias" é bem diferente de comunicação pessoal. Além disso, quando um católico vai à confissão o sacerdote determina rosários como punição severa, ou penitência, para os pecados de alguém.

As contas de oração foram uma parte da devoção islâmica a Alá muito antes que uma aparição da Santa Senhora ensinasse São Domingos de Gusmão a rezar as contas de rosário no século XIII. As contas de oração, a propósito, são um item do paganismo antigo e moderno. Numa nota irónica, os historiadores da Igreja Católica creditam as orações a membros da Confraternidade do Rosário devido a uma grande vitória naval contra os turcos, que "salvaram a Europa do perigo maometano."

Os católicos e os muçulmanos consideram as peregrinações como um meio de obter o favor de Deus. O hadj, um dos cinco pilares do Islão, é uma viagem necessária (pelo menos uma vez) a Meca. Para os católicos, as peregrinações são, historicamente, atos de purificação religiosa, muitas vezes induzida pela promessa da indulgência. Milhões de católicos viajam anualmente até centenas de santuários (quase todos dedicados a Maria), localizados em todo o mundo. As Cruzadas foram tentativas estimuladas pela indulgência de resgatar Jerusalém dos muçulmanos infiéis para restabelecer as peregrinações católicas. A propósito, a Igreja de Roma ofereceu aos cruzados o pleno perdão do purgatório, caso eles morressem tentando liberar a Terra Sagrada. Semelhantemente, o Islão oferece como recompensa a garantia do Paraíso àqueles que morrem em batalhas religiosas (jihad), inclusive bombistas suicidas.

O Catolicismo Romano reconhece Alá como o Deus da Bíblia. Em 1985, o Papa João Paulo II declarou a um arrebatado público de milhares de jovens muçulmanos: "cristãos e muçulmanos, temos muitas coisas em comum como crentes e como seres humanos. (…) Acreditamos no mesmo Deus, aquele e só Deus, o Deus vivo...."

Mas como é possível?

Historicamente, Alá foi um ídolo pagão, supremo entre muitos ídolos adorados pela tribo Quraish de Maomé muito antes de que ele nascesse. Will Durant, no seu clássico, 'História da Civilização', escreve: “na Kaaba, durante a época pré-muçulmana, haviam vários ídolos que representam deuses. Um era chamado Alá; três outros eram as filhas de Alá, al-Uzza, al-Lat, e al-Manat. Podemos julgar a antiguidade deste panteão árabe a partir da menção do Al-il-Lat (Al-Lat) por Herodotus (historiador grego, século V B.C.) como uma eminente divindade árabe. Os Quraish abriram o caminho do monoteísmo adorando Alá como deus principal."

Evidências arqueológicas descobertas na Arábia são esmagadoras na demonstração que a religião pré-islâmica dominante foi a adoração do deus da lua, Alá. Maomé simplesmente eliminou cerca de 300 outras divindades, inclusive as filhas de Alá, fazendo Alá supremo e conservando muitos dos rituais pagãos e símbolos associados a ele. Por exemplo, a lua crescente foi o símbolo do deus da lua no tempo dos sumérios e dos babilónicos, desde o tempo de Cristo e até à chegada de Maomé. Dificilmente é apenas uma coincidência que o Ramadão, o tempo muçulmano do jejum, comece e termine no momento da lua crescente. Quase todos os rituais do deus da lua e outras práticas idolátricas, inclusive o beijo na Pedra Preta, rezar voltado para Meca, correr em volta do templo e entre as duas colinas de Safa e Marwa, foram rituais pré-islâmicos.

O zelo do Catolicismo para relacionar-se com o Islão, faz duvidar o quão honesta é a sua própria perspectiva do Deus baseado na Sagrada Escritura. Deus é mencionado como Yahweh ou Jeová aproximadamente 9.000 vezes na Bíblia. Nunca é Ele assim mencionado no Corão. Ele revela-se na Sagradas Escritura como "o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, e o Deus de Jacob/Israel." Ele é o Pai dos judeus, "o Deus de Israel." No Corão, Alá nunca se refere a si próprio nestes termos. Deus chama os judeus de “o Seu povo escolhido." Ele deu-lhes a terra de Israel como uma herança "para sempre": "e habitarão da terra que dei a Meu servo Jacob, na qual habitaram vossos pais; e habitarão nela, eles e seu filhos, e os filhos de seus filhos para sempre" (Ezequiel 37:25). A aliança de Deus é com Isaque (Génesis 17:19-21), enquanto os muçulmanos acreditam que a aliança de Alá é com Ismael.

Alá tem uma atitude completamente diferente em relação aos judeus do que tem o Deus da Bíblia. Alá ordena que os seus seguidores "não tomem os judeus... como amigos" (Sura 5:51). Enquanto os judeus são referidos no Corão como "o povo do livro" (isto é, a Bíblia), caso eles recusem a conversão ao Islão, devem pagar um imposto de tributo aos seus chefes supremos e ficar subservientes deles: "combatei aqueles que não crêem em Deus e no Dia do Juízo Final, nem abstêm do que Deus e Seu Mensageiro proibiram, e nem professam a verdadeira religião daqueles que receberam o Livro, até que, submissos, paguem o imposto" (Sura 9:29). Segundo o hadith, que a maior parte dos muçulmanos consideram ser quase tão autoritário como o Corão, Maomé é citado dizendo "a última hora não virá antes dos muçulmanos lutarem contra os judeus e os muçulmanos os matarem." Novamente, o hadith diz, relacionado com o Dia do Juízo, que "os muçulmanos lutarão e matarão judeus, que se esconderão atrás de árvores que dizem: ‘ó muçulmano, ó servo de Alá, aqui está um judeu que se esconde atrás de mim. Vem aqui e mata-o." O catolicismo tem a sua própria, dolorosa e bem documentada história de matança de judeus.

Outras comparações entre Jeová e Alá demonstram claramente que eles não podem ser um e o mesmo. Jeová tem um Filho: "e vimos, e testificamos que o Pai enviou o Seu Filho para Salvador do mundo" (I João 4:14). Alá não tem nenhum filho: "e diga: louvado seja Alá, que não tem tomado para si um filho, e quem não tem parceiro na soberania..." (Sura 17:111); "Alá não escolheu qualquer filho, nem há qualquer deus juntamente com ele" (Sura 23:91). Ao passo que Deus o Pai declarou dos céus acerca de Jesus, "Este é Meu Filho amado, em quem Me comprazo" (Mateus 3:17), o Alá do Corão condena tal crença: "( ...) os cristãos dizem: o Messias é o filho de Alá. Isso é um provérbio das suas bocas. Eles imitam o provérbio dos descrentes antigos. A maldição de Alá seja com eles, como eles são enganados para longe da verdade!" (Sura 9:30).

Embora haja diferenças tão claras quanto críticas entre o Deus bíblico e Alá, no entanto, a Igreja Católica romana aceita-os como um e o mesmo Deus. A seguinte citação é do Vaticano II:


“A Igreja tem também uma alta consideração pelos muçulmanos. Eles adoram o Deus, que é um, vivo e subsistente, compassivo e todo-poderoso, o Criador do céu e da terra, que também falou aos homens. Eles esforçam-se por se submeterem sem reserva aos misteriosos decretos de Deus, tal como Abraão se submeteu ao plano de Deus, de quem a fé os muçulmanos ansiosamente ligam à sua própria.

Embora não o reconhecendo como Deus, eles veneram Jesus como um profeta, a sua virgem Mãe eles também honram e até de vez em quando devotamente evocam. Além disso, eles esperam o dia do juízo e a recompensa de Deus depois da ressurreição dos mortos. Por essa razão eles estimam muitíssimo uma vida justa e adoram a Deus, especialmente por meio de oração, caridade e jejum” (Nostra Aetate, Vaticano II).

Considere cuidadosamente a citação acima mencionada (tomada a partir do que a Igreja Católica Romana reclama ser um concílio infalível) e perceberá o que realmente une o Catolicismo e o Islão: ambos têm um Jesus que não pode salvar as suas almas. O Corão ensina que Jesus não morreu na cruz: "e por dizerem: matamos o Messias, Jesus, filho de Maria, o Mensageiro de Deus, embora não sendo, na realidade, certo que o mataram, nem o crucificaram, senão que isso lhes foi simulado. E aqueles que discordam, quanto a isso, estão na dúvida, porque não possuem conhecimento algum, abstraindo-se tão-somente em conjecturas; porém, o fato é que não O mataram." (Sura 4:157). O Vaticano II pode dar crédito aos muçulmanos por ‘venerararem’ Jesus, mas de fato, é um Jesus falso.

Tristemente, o Catolicismo também tem um Cristo falso. Ensina que a Sua morte na cruz não foi suficiente para a nossa salvação. Não só deve o Seu sacrifício (que, segundo a Sagradas Escrituras, foi oferecido só uma vez para pagar os nossos pecados completamente (Heb 9:28)), ser reapresentado como um sacrifício diário pelos pecados em altares por todo o mundo, mas também os católicos devem expiar os seus próprios pecados por sofrimentos aqui na terra e no purgatório.

Finalmente, o Vaticano II explica claramente nos mínimos detalhes o que o Islão e o Catolicismo consideram como a sua esperança pela salvação: "(...) eles estimam muitíssimo uma vida justa e adoram a Deus, especialmente por meio de oração, caridade e jejum." Isto é a salvação pelas obras.

No Islão, uma pessoa é responsável por cada pensamento, palavra, e ação. A sua vida deve ser vivida segundo o que é agradável a Alá como é exposto no Corão e o hadith. Além disso, há a sharia, que é o corpo de regras que tenta englobar a totalidade da vida religiosa, política, social e doméstica islâmica. A violação de tais leis implica várias formas da punição temporal. No Juízo Final, Alá determinará o destino eterno de alguém, na medida em que ele coloca as suas boas e más ações na escala divina: "quanto àqueles cujas ações pesarem mais serão os bem-aventurados. Em troca, aqueles cujas ações forem leves serão desventurados e permanecerão eternamente no inferno." (Sura 23:102,103). O hadith descreve claramente as torturas do inferno.

Um amigo meu, James McCarthy, produziu um vídeo intitulado ‘Catolicismo: Crise de Fé’, no qual ele entrevista aproximadamente uma dúzia de pessoas que saem da missa na Catedral de S. Patrício em Nova Iorque. Ele simplesmente pergunta-lhes sobre que base esperam adquirir ao céu. Apenas um fez qualquer referência a Jesus. A esmagadora maioria de respostas consistiu em que eles sentiam serem boas pessoas, e estavam confiantes que as boas ações suplantavam as más.

Embora a Igreja Católica afirme que é só pela graça de Deus que cada um pode entrar no céu, fica muito claro que o que isso quer dizer é que a graça é exigível para permitir a cada um fazer as obras que o qualifiquem para o céu. Segundo o Catecismo da Igreja Católica, eles "obtêm a alegria do céu como recompensa eterna de Deus pelas boas ações realizadas com a graça de Cristo" (par. 1821) e eles "podem merecer para si mesmo e para outros, todas as graças necessárias para alcançar a vida eterna" (par. 2027).

O papa João Paulo II dirigiu-se a uma comunidade católica na Turquia com estas palavras: "pergunto se é urgente agora, precisamente hoje quando os cristãos e os muçulmanos entraram num novo período da história, reconhecer e desenvolver os laços espirituais que nos unem."

Não! O que é "urgente" é que católicos e muçulmanos sejam libertados da escravidão espiritual de tentar ganhar o direito ao céu pelas suas boas ações.

Ore para que os seus corações estejam abertos para receber o dom da vida eterna (Romanos 6:23).'

Autor: Tom A. McMahon, presidente, diretor-executivo do The Berean Call

(O Tempo Final)



Texto extraído do Site (Eventos Finais)

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